terça-feira, 23 de junho de 2009

Pegada florestal

O impacto das cadeias produtivas sobre os recursos florestais que ainda restam no mundo caminha para ser o grande tema das discussões sobre sustentabilidade empresarial nos próximos anos.
Esta semana, frigoríficos como Marfrig e Bertin assumiram publicamente o compromisso de não comprar carne de fazendas localizadas em áreas de desmatamento na Amazônia.
Forest Footprint Disclosure Project,lançado semana passada, pretende ser uma ampla tentativa de mapear a relação entre o comércio de commodities no mundo e a perda da biodiversidade.
A manutenção das florestas em pé será essencial para o próprio sistema econômico nos próximos anos porque:
- Os serviços ambientais providos pelos ecossistemas selvagens (regulação do clima e das temperaturas, produção de água, polinização) são essenciais para a segurança alimentar e energética do mundo;
- No Brasil, os setores de soja, energia hidrelétrica e biocombustíveis se beneficiam diretamente das cerca de 20 bilhões de toneladas de água que evaporam da Amazônia diariamente;
- Estancar a sangria do desmatamento poderia prover para a economia global entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões por ano em serviços ambientais;
- Os setores da economia mais vulneráveis são justamente aqueles que contam com a disponibilidade de recursos naturais e com ecossistemas saudáveis, como o agronegócio, os biocombustíveis, a indústria de alimentos e bebidas. A perda antecipada dos serviços ambientais afetará o retorno financeiro de todos esses setores. Sem contar o turismo.
- A vigilância dos consumidores sobre o uso de matérias-primas produzidas de forma não sustentável é uma ameça à reputação de marcas globais.
Alguém ainda acha que dá para prescindir da natureza?

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