quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Instituto Inhotim

Vigas de construção mergulhadas numa piscina de cimento, um furo de 202 metros de profundidade no qual microfones geológicos captam o som da terra e uma instalação formada por 98 alto-falantes que remetem ao conturbado ambiente sonoro de um sonho. Espaço que reúne um dos principais acervos de arte contemporânea do mundo, o Instituto Inhotim, em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, inaugura para o público nesta quinta-feira, 1º, nove novas obras permanentes, na maior ampliação de seu conjunto artístico desde a inauguração, em 2004.

Num conceito de extensão espacial e também conceitual, projetos de artistas contemporâneos consagrados nos cenários nacional e internacional foram selecionados para reproduzir a ideia de "destino", em que o museu avança sobre a natureza local. De acordo com o alemão Jochen Volz, diretor artístico do Inhotim e um dos curadores da instituição, em obras dos "Nove Novos Destinos", o local oferecido para a montagem e suas possibilidades costumam influir nos projetos.

"Se há um fio condutor, este é a relação que Inhotim permite entre o artista e a natureza no processo de concepção da obra". É o caso de Sonic Pavilion (2009), uma construção erguida no meio da mata, no alto de um morro. Para alcançá-la, o visitante precisa seguir uma trilha isolada. O americano Doug Aitken criou um ambiente vazio, mas preenchido por uma transmissão contínua de estranhos sons emitidos a duas centenas de profundidade numa região fortemente associada à mineração.

A paisagem no entorno fica embaçada quando o espectador se aproxima das paredes de vidros. Próximo dali, por outra trilha chega-se à obra De Lama Lâmina, do também americano Matthew Barney. No meio da floresta de eucaliptos, Barney (marido da cantora Björk) concluiu um projeto iniciado em 2004, a partir de uma performance realizada no carnaval de Salvador com o músico Arto Lindsay.

Segundo Ana Lúcia, o instituto é uma experiência que começou como pessoal e ganhou "sentido" e "interesse" público.
"O Brasil tem uma tradição muito ruim de que a coisa pública seja apropriada pelo privado. Nós não temos uma tradição de mecenato, nós não temos uma tradição de filantropia",

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